Auditoria Cívica “De Olho na Saúde” resultou em 164 recomendações para melhorar os serviços do Hospital Regional do Leste do DF

Cinco áreas foram auditadas: centro cirúrgico, enfermaria da clínica médica, classificação de risco, farmácias e UTI.

 

A auditoria cívica realizada pelo projeto piloto “De Olho na Saúde” da Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) no Hospital Regional do Leste (HRL, antigo Hospital do Paranoá) resultou em 164 recomendações, após analisar cinco áreas: centro cirúrgico, enfermaria da clínica médica, classificação de risco, farmácias e UTI.

 

A inspeção foi realizada de 28 a 31 de maio, entre 8h e 18h, adotando as técnicas de observação, entrevista, análise documental, questionários e consulta de normas técnicas. Dela, foram gerados cinco relatórios de cada área específica, além do Relatório Geral da Auditoria Cívica. Os tópicos auditados em cada local foram: equipamentos e insumos; estrutura de equipe e carga horária; estrutura física; farmácia; unidades, equipes e demandas; e exames.

 

A equipe de auditores contou com servidores do HRL, membros das comunidades das cidades do Itapoã, Jardim Botânico, Paranoá, e São Sebastião, e dos Conselhos de Gestão da Saúde dessas cidades.

 

Na área de equipamentos e insumos, um dos apontamentos mais críticos da auditoria foi o processo de manutenção e aquisição dos equipamentos, que é precário desde a inauguração do hospital há 17 anos. O conserto dos aparelhos hospitalares é realizado com recursos do Programa de Descentralização Progressiva de Ações de Saúde (PDPAS, instituído pelo Decreto nº 31.625/2010). No momento, entretanto, não há contrato de manutenção.

 

Quanto ao patrimônio, o fluxo, a rotina e a baixa patrimonial de inservíveis e bens sem tombamento são apontados em todos os relatos como sendo uma problemática. Em todos os locais auditados há casos em que salas de atendimento estão sendo utilizadas como depósitos de inservíveis. Outra questão levantada na auditoria foi que os inservíveis não estão listados em um inventário próprio, o que inviabiliza a constatação da real necessidade de equipamentos em funcionamento e disponíveis para uso do HRL. Por exemplo, constam na carga patrimonial do HRL 17 bisturis elétricos, no entanto, somente 10 deles estão em condições plenas de funcionamento. Esse fato desclassifica o hospital frente a outros para a aquisição prioritária desse tipo de equipamento.

 

Essa situação também é observada na logística de almoxarifado, onde os materiais e insumos estão sendo distribuídos e “zerados” do estoque logo que chegam ao hospital. Depois, eles são encaminhados para as unidades internas, o que gera a falta de controle do consumo efetivo do hospital. Sem essa gestão no acompanhamento do consumo diário, não é possível aferir a real necessidade de cada setor.

 

Estrutura de equipe e carga horária

Nessa área, ficou constatada a necessidade de maior transparência e publicização de informações e das práticas utilizadas. Foram observados servidores que prestam serviços em locais diversos de suas unidades de lotação, mas de forma justificável. Podemos citar o caso de um especialista que possui um procedimento cirúrgico em determinado dia, mas que poderá ter sua atividade suspensa (ex.: ausência do jejum recomendado pelo paciente). Esse profissional, nesse dia, poderá ser demandado à área de atendimento emergencial em outra unidade, diversa da lotação constante na escala.

 

Outro ponto alarmante é a excessiva prática de Trabalho em Período Definido (TPD), conhecido como hora extra. Foi apontado que algumas unidades trabalham com grande parte de seu efetivo em TPD, reconduzidos de outras unidades para determinada função, a fim de suprir a demanda. 

 

Estrutura física

De modo geral, o hospital apresenta uma boa estrutura física. Não foram observados nos locais auditados, infiltrações, instalações elétricas e tubulações aparentes ou desconforto térmico. A higiene e limpeza são satisfatórias.

 

Contudo, foi constada falta de espaço em determinados setores, devido à crescente demanda médica em decorrência do aumento da população atendida no Hospital da Região Leste. Outra necessidade são pequenas manutenções, tais como uma nova pintura das paredes, que já estão desgastadas e com algumas rachaduras. Os locais onde esse tipo de manutenção é mais precário são justamente aqueles onde o atendimento é ininterrupto, como, por exemplo, o centro cirúrgico.

 

Farmácia

O HRL tem sua farmácia principal suprida com a maioria dos medicamentos e insumos demandados. Uma boa prática levantada é o uso do carrinho de medicamentos com compartimentos para atender diversos setores do hospital e a dosagem individual para cada paciente. Esse instrumento de trabalho conseguiu melhorar o controle dos medicamentos, evitar perdas e otimizar o atendimento aos pacientes.

 

Apesar disso, existem falhas na programação da entrega de medicamentos e materiais pela Farmácia Central da Secretaria de Saúde (SES), o que acarreta desabastecimento, em algumas ocasiões, no estoque da farmácia principal do HRL.

 

Gestão

Em grande parte, o hospital possui fluxos de processos que permitem uma boa gestão dos serviços prestados. As ressalvas, levantadas pela auditoria, concentram-se na Gestão de Pessoas, Patrimônio e Almoxarifado, como já mencionado anteriormente.

 

Na Unidade de Classificação de Riscos constatou-se a necessidade de uma maior interlocução com os usuários, para explicar como funciona essa classificação e onde ele poderia ser atendido com maior rapidez.

 

Principais Recomendações

– Adquirir aparelhos que hoje prejudicam o funcionamento das unidades, bem como contratar empresa especializada para manutenção e reparo daqueles passíveis de recuperação;

– Levantar os bens em condições de pleno funcionamento, os que possuem risco iminente de avarias e os inservíveis, com registro próprio ou baixa em inventário anual, conforme legislação vigente;

– Desenvolver e implementar fluxograma de processo do setor de patrimônio;

– Contratação de profissionais para a Sala de Classificação de Risco, para que servidores não precisem fazer hora-extra (TPD) nessa área;

– Disponibilizar a escala dos profissionais de saúde por unidade, com o registro das alterações em tempo real;

– Envidar esforços junto a Unidade Setorial de Transparência da SES e a CGDF, para divulgar de forma célere as alterações nas escalas dos profissionais de saúde;

– Renovação dos contratos de manutenção para dar maior resolubilidade nos reparos e na manutenção predial;

– Otimização dos espaços físicos existentes;

– Reportar ao setor competente da SES as falhas na programação das entregas da Farmácia Principal, bem como a ausência de medicamentos e insumos, para buscar soluções e evitar futuras ocorrências, além de subsidiar o setor de compras da SES, para o aprimoramento desse serviço;

– Designar um funcionário para prestar informações e esclarecimentos acerca da rotina de atendimento (balcão de informações);

– Criar campanhas de informação e conscientização para esclarecer aos pacientes quais são os tipos de atendimento realizados no hospital, Unidades Básicas de Saúde e na Unidade Classificação de Risco – materiais gráficos, vídeos, sala de acolhimento, dentre outros.

 

Fonte:

Assessoria de Comunicação
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