CGE e Associação dos Auditores promovem live sobre a força da mulher

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, a Controladoria Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT) e a Associação dos Auditores da CGE (Assae-MT) promoveram, na última segunda-feira (08.03), a palestra online “Mulheres Plenas – Uma Viagem para Resgatar a Força da Mulher”. Em foco, os desafios e as lutas enfrentadas pelas mulheres e os vários papeis sociais impostos a elas em seu dia a dia.

 

Durante a palestra, a treinadora comportamental Sirlei Theis trouxe um resgate da história da mulher. A palestrante pontuou que conhecer a história também é entender a razão do aumento da violência contra a mulher e o comportamento feminino diante de adversidades causadas pelo patriarcado.

 

“Não tem como falarmos sobre mudança de realidade se não conhecermos a nossa história. Nós mulheres, no passado, há milênios, fomos cultuadas. Nesse período, era associado à mulher o poder da fertilidade, do acolhimento, da criatividade. Éramos cultuadas por tudo isso, esse foi o período matriarcal que cientificamente foi comprovado a sua existência. Mas saímos desse período e passamos a não ter poder algum. E, agora, estamos numa fase de reconquistas”, mencionou a palestrante.

 

Nesse contexto histórico, Sirlei Theis acentuou que é fundamental para o homem também conhecer a trajetória da mulher. “É importante que o homem entenda o comportamento da mulher de hoje. Para isso, é importante entender as circunstâncias históricas”, ressaltou Sirlei.

 

A palestrante destacou como os papeis sociais impostos pela sociedade contribuem para a anulação da mulher enquanto indivíduo. Ela ainda enfatizou que a mulher da atualidade assumiu e se vê obrigada em dar conta de várias funções ao mesmo tempo: mãe, esposa, dona de casa, profissional etc

 

“A sociedade exige que nós, mulheres, estejamos bem vestidas, que tenhamos uma carreira de sucesso, que cuidemos da casa, que nossa relação amorosa seja perfeita, enfim, que assumamos o controle de tudo. Todas essas funções, que fazem parte do nosso cotidiano e temos que realizar, nos coloca numa situação de anulação enquanto mulher. A maioria das mulheres não tem um relacionamento saudável e percebemos isso no índice alarmante de violência contra a mulher. Mas por que acontece isso? Nós temos responsabilidade para mudar essa realidade. E como vamos mudar essa história? Conhecendo a nossa história, sabemos como agir nesse processo”, comentou a palestrante.

 

De acordo com a treinadora comportamental, esse acúmulo de responsabilidades que a sociedade exige leva a mulher a "abraçar" o mundo e a se sentir culpada por nem sempre conseguir realizar as funções de forma satisfatória.   

 

A palestrante também contextualizou sobre o período que transcorreu do período matriarcal para o patriarcal, assim como as consequências dessa transição nada pacífica. Segundo a palestrante, essa estratégia, que pregava a desunião entre as mulheres, serviu para desconstruir e estigmatizar até mesmo o que era natural, como a menstruação e a virgindade.

 

“Foi criado um projeto para tirar esse poder da mulher dando início ao patriarcado. Esses homens avaliaram e entenderam de onde surgia a força da mulher. As mulheres são fortes porque são unidas. Então, vamos colocar umas contra as outras. E até hoje muitas pessoas falam que mulher não confia em mulher, mulher não vota em mulher, mulher não tem sororidade. Mas de onde vem isso? Exatamente de lá, desses milênios, mais de seis mil anos atrás, quando começou esse processo de desconstruir tudo aquilo que a mulher tinha que a tornava poderosa”, argumentou Sirlei.

 

Esse modelo patriarcal vem se perpetuando e gerando homens e mulheres que reproduzem esse sistema, o qual oprime as mulheres e reforça nos homens o machismo. “O que temos atualmente são pessoas repetindo, inconscientemente, comportamentos dos seus ancestrais. Hoje já existem pesquisas que comprovam que 95% das informações que recebemos estão no subconsciente”, defendeu.

 

A treinadora frisou a necessidade de resgatar a energia, essa força que há dentro de cada mulher. Ela ainda destacou que homens e mulheres precisam buscar experiências que os liberte desse comportamento repetitivo.

 

“Não precisamos de migalhas, somos a essência, representamos o dom da vida. Todas as pessoas são filhas de mulheres. Quer motivo maior que esse para que sejamos tratadas com carinho, educação e respeito? Homens precisam entender que precisam de óvulos e úteros para nascer. Esse ventre representa todas as mulheres. Dê carinho e respeite todas as mulheres”, concluiu Sirlei Theis.

 

Parceria CGE e Assae

 

A abertura do evento virtual foi feita pela secretária-adjunta de Corregedoria Geral da CGE-MT, Almerinda Alves de Oliveira, representando a alta direção da CGE. Almerinda destacou o Dia Internacional da Mulher como uma data para reflexão de toda a sociedade.

 

“São vários dias de lutas para as mulheres. Luta pelos direitos civis, políticos e sociais. Por uma noção de igualdade frente ao Estado e entre homens e mulheres. O homem tem o dever de reflexão neste dia, questionando como tem contribuído para essa igualdade. Ao longo da história, os direitos da mulher não foram algo natural, mas fruto de muitas lutas. Por isso, tem que existir essa reflexão, não para trazer entristecimento, mas construir uma visão crítica. Não esquecer que todos os dias são dias de lutas para conquistar, afirmar e mostrar que os espaços estão aí para serem ocupados por nós mulheres”, discorreu a secretária-adjunta.

 

O encerramento da live coube à representante da diretoria da Assae, auditora Danielle Fischer, que aproveitou a oportunidade para expressar a alegria por seus quatro anos de CGE, exatamente neste Dia Internacional da Mulher. 

 

Na ocasião, Danielle sugeriu ao público a leitura do livro “Mulher Alfa”, da escritora brasileira Cristina Xavier de Brito, sobre lideranças femininas inspiradoras. Ela citou que o livro é uma homenagem à mulher brasileira, a sua autenticidade, criatividade e resiliência para lidar com a vida pessoal e profissional.

 

A auditora explicou, com a contribuição do livro, que para se ter liderança não precisa ter um cargo de chefia, mas sim uma postura e comportamento diante da própria vida. “Nós, mulheres, devemos aprender com as gerações anteriores, respeitar suas histórias, e dar continuidade aos direitos historicamente conquistados. Sejamos protagonistas de nossas vidas”, finalizou.

 

A palestra foi direcionada tanto ao público feminino quanto ao masculino. O vídeo está disponível no canal de Youtube da CGE.

 

Clique AQUI para ver ou rever a live “Mulheres Plenas – Uma Viagem para Resgatar a Força da Mulher”.

Fonte:

Ligiani Silveira
Analista Administrativo (Jornalista)
Assessora de Comunicação da CGE-MT
(65) 3613-4017 / 99982-0209