Mães de gêmeos, auditoras da CGE-MT relatam desafios da “jornada dupla”

Servidoras da CGE contam sobre a rotina com os filhos, experiências únicas da maternidade e seus benefícios para a carreira

 

Mãe é aquela responsável por embalar o filho no colo, envolver o bebê em afeto, um amor que estimula a circulação sanguínea, a respiração, o tônus muscular de todo o corpo. E, além disso, uma das questões continua sendo: como conciliar a carreira com a maternidade?

 

A maternidade é um divisor de águas na vida da mulher, isso não há o que se discutir. No entanto, o fato de se tornar mãe não anula os tantos outros papeis desempenhados pelas mulheres. Servidoras públicas, executivas, donas de casa e empresárias. Ser mãe no século 21 é sinônimo de multiplicidade, que se potencializou neste momento de pandemia. Quando se é mãe de gêmeos, então, nem se fala!

 

Por isso, nesta reportagem especial, três auditoras da Controladoria Geral do Estado de Mato Grosso  (CGE-MT) contam como conseguem conciliar a vida de funcionárias públicas com a importante tarefa de ser mãe de dois e sobre os principais desafios e conselhos para quem pretende seguir este caminho. Elas fazem malabarismo com as horas para encaixar todos os compromissos. São mulheres divididas entre a carreira, a educação dos filhos e a administração financeira da família. 

 

Mãe dos gêmeos Theo e Felipe, de um (1) ano e três meses, a auditora Rosane Rosa e Silva fala dos vários desafios e aprendizados desde o nascimento dos filhos. Segundo ela, cabe destacar que o romantismo em ser mãe de gêmeos nem sempre está presente no dia a dia, é preciso ter consciência do que é possível fazer sozinha e do que não é. Também é preciso aceitar os erros. Eles sempre existirão e, de uma forma ou de outra, irão te polir. Do mesmo modo, é fundamental saber dividir a atenção entre cada um dos filhos.

 

“Eu tento dividir o meu tempo entre ser mãe de gêmeos e ser auditora estabelecendo rotinas. Um dos pontos mais difíceis é estabelecer limites sem prejudicar nenhuma das duas facetas. Outro detalhe não menos importante é o valor de uma rede de apoio. A gente vive nesse tempo de isolamento social e percebe ainda mais o quanto valorizamos os nossos amigos e família. Mães de gêmeos têm motivos em dobro que as impulsionam e inspiram a serem cada vez mais uma boa profissional”, afirma.

 

O distanciamento social provocado pela Covid-19 mexeu completamente com a rotina das mães. O momento aumentou responsabilidades, mas também aproximou os corações e fortaleceu os laços com os filhos.

 

Para a auditora Kristianne Marques, uma das coisas mais importantes da maternidade é a proximidade que pode ter com seus filhos, os gêmeos Isaac e Samuel, de três (3) anos. Ser mãe é um desafio por si só e a quarentena trouxe algumas dificuldades, mas também alegrias. Ela e seu esposo fazem parte do grupo de risco, com comorbidades, e tiveram de tomar cuidados redobrados. A adaptação com a nova rotina foi se instalando aos poucos, e ela relatou sua realidade, dores e delícias de estar isolada com os filhos.

 

“A pandemia chegou bem na véspera do aniversário dos meninos. Tive de cancelar a festa com tudo já organizado. Aí está o jogo de cintura que as mães têm que ter. Ficamos mais ansiosas que eles (os filhos) para comemorar mais um ano de vida, de vê-los interagindo com os amiguinhos, fazendo bagunça que toda criança gosta. Desde então, estou de home office e eles não foram mais à escolinha. A administração do tempo é essencial, o esposo é um super companheiro que também enfrenta esse novo momento comigo”, relata.

 

A auditora comenta ainda que nunca imaginou que teria a oportunidade de conviver e compartilhar o dia a dia tão próximo deles como nesse um ano de pandemia.

 

“Ver cada palavra nova, cada aprendizado, ouvir baterem na porta do escritório enquanto estou de home office e chamarem “mamãe”, e eu quase todas as vezes consigo abrir para dar um abraço, um beijo e dizer “mamãe está trabalhando”, mas tanto eu quanto eles sabemos que estamos aqui”, comenta. 

 

Já outro sentimento comum entre as mães que trabalham fora é a culpa. O ideal de que as mulheres devem ficar em casa em tempo integral para que seus filhos tenham um bom desenvolvimento atormenta muitas mães que precisam trabalhar fora. Portanto, saber que o emprego maternal não afeta a felicidade das crianças na idade adulta é realmente importante.

 

A auditora Aline Dantas traz outro ponto bastante discutido. Quanto mais se tenta ser um bom cidadão, maior a cobrança e, consequentemente, a culpa. Mãe dos gêmeos Lucas e Gabriel, de 12 anos, fala como fez para aliviar o sentimento de culpa.

 

“Eu precisei fazer terapia para entender melhor esse sentimento e que estava tudo bem em ter uma carreira. Não era nenhum ato anormal. Então, quando você consegue se libertar desse sentimento, do que todos esperam que a mãe faça, todas as outras atividades ficam mais leves e você é capaz de se encantar verdadeiramente pela maternidade, pelos seus filhos. Diante dessas experiências e trocas afetivas, a relação que nós, mamães, criamos com nossos filhos nos permite sentir mais tranquilas e satisfeitas com o modo com que cuidamos deles. O tempo não precisa ser integral com a profissão ou com a maternidade, mas sim de qualidade”, finaliza.

 

Fonte:

Juliene Leite
Técnica de Desenvolvimento Econômico e Social  
Assessoria de Comunicação – CGE-MT
(65) 3613-4017